Tô nem aí pro futuro, pra segunda feira, pro preço da gasolina, tô nem aí se vai chover amanhã, se o presidente vai viajar, se vai voltar, tô nem aí.
Pra discussão sobre maioridade penal e violência tô muito aí.
Tô nem aí pros especuladores da vida alheia, pro idiota do meu chefe, pra reforma ortográfica, pros índices de audiência, tô nem aí se fui convidado ou esquecido, quem é o primeiro da lista, o segundo, o último, se você é gay ou não, com silicone ou sem, se é virgem, se é rodada.
Mas pros sentimentos das pessoas, tô aí.
Pra discussão sobre maioridade penal e violência tô muito aí.
Tô nem aí pros especuladores da vida alheia, pro idiota do meu chefe, pra reforma ortográfica, pros índices de audiência, tô nem aí se fui convidado ou esquecido, quem é o primeiro da lista, o segundo, o último, se você é gay ou não, com silicone ou sem, se é virgem, se é rodada.
Mas pros sentimentos das pessoas, tô aí.
Tô nem aí para quantas calorias tem um bife, tô nem aí pra corrida espacial, se há vida após a morte, tô nem aí pro carro do ano, pra musa do próximo verão, pro gol mais bonito do domingo, pra manchete da capa de amanhã.
Para a brutalidade das pessoas, pro egoísmo, pra falta de educação, para todos que possuem uma nuvem preta acima da cabeça e a carregam pra onde quer que vão, tô aí e me dói profundamente.
Tô nem aí pro que foi decidido na reunião do condomínio, na reunião de cúpula, na reunião de mães, nas reuniões que duram mais de dez minutos, tô nem aí pro salário dos outros, pras novas tendências, pra cotação das ações no mercado externo.
Tô aí pra alguns, pros meus. Tô aí e estou aqui. Estou atento. Estou dentro. Estou me vendo. Estou tentando. Estou querendo. Estou a postos só para o mínimo, o máximo. Para o que importa mesmo. Para o mistério. A verdade. O caos. O céu. O inferno. Essas coisas.
No mais, tô nem aí.
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