De hoje em diante quero fazer tudo errado!
Quero acabar com aquela velha história de sempre ter que acertar.
Vou começar desprezando minha camisa branca preferida, que sempre me deixa escravo da perfeição. Se ela amassa, tenho logo a certeza de que o meu dia será um fracasso. Pra mim, ela sempre funciona como um imã para o molho de tomate, o sorvete de chocolate ou aqueles dias que nem o mais potente ar condicionado nos impede de fabricar aquela pizza gigante nas axilas. Sim, já fui escravo de uma camisa branca, mas agora percebo, elas são certas demais para mim.
O que não consigo entender é quando a vida começa a impor o quão certinho devemos ser. Acho que é na escola, onde não podemos escrever fora dos pontilhados, só ir ao banheiro quando a tia deixa, e o pior de tudo, fazer a prova toda certinha, senão é zero na certa. Sei lá… Também pode ser na família, onde temos que andar precocemente aos 9 meses, ser mais bonito que o filho do vizinho e aprender a ler antes dos nossos primos, senão… Está tudo perdido. Não somos mais motivo de orgulho. Erramos.
Uma coisa é certa: desde que nascemos somos forçados a acreditar que tudo sempre dever ser feito da maneira mais certa possível e se assim não for, não temos mais a garantia da felicidade. Por isso, nada de sexo no primeiro encontro, se a noiva for vista pelo noivo antes do casamento, já era, os dois não serão mais felizes para sempre. Perde- se muito tempo pensando em como ser feliz sem ser espontâneo. Sempre fui muito certo para entender o quanto o errado é valioso.
“Estar sempre certinho é algo solitário.” Reforço: solitário, sem graça e pretensioso.
De hoje em diante está decidido: Vou ser eu mesmo. O apego aos detalhes já não existe mais. Vou errar pra valer. Com gosto de gás. Vou pegar na mão, abraçar, chegar atrasado e o melhor, parar de esperar que as pessoas se comportem sempre da maneira certa. Adeus Toni Certinho. Experimentarei agora o doce gosto do errado. Com muito prazer.
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