segunda-feira, 25 de julho de 2011

VIDA DE ARANHA.

Esses dias apareceu uma aranha aqui em meu Blog e decidi deixá-la quietinha no canto dela. Quando não tenho o que fazer, fico observando-a, e cheguei à conclusão que deve ser muito chato ser uma aranha.

Uma vez tentei jogar um pernilongo que peguei para ela comer. Ela não quis. Então decidi respeitar o orgulho do predador e esqueci da caridade.

Pacientemente a aranha ficou ali no meio da teia, esperando e esperando algum inseto ficar preso. Mas inseto algum ficou preso. A teia era invisível. A aranha parecia presa ao éter, meditando na sua fome. Bem, imaginei que era essa a vida de uma aranha.

Como um sniper pacientemente espera a linha de tiro se limpar de obstáculos, a aranha espera o erro do inseto para enredá-lo. Assim como a bala esperava ser comida, a aranha esperava sua comida. Hoje a aranha não precisa mais esperar pacientemente seus insetos, pois eu a alimento com as minhas palavras e com as minhas emoções.

Não importa o horário que eu a observo, ela sempre está caminhando lentamente para um lado e para o outro. Não sai da teia por nada. Nada a assusta. Ela não vive além da pequena e abandonada teia dela.

Ela passa os dias alí: andando de um lado para o outro, numa teia decadente, sem fazer nada, sem viver nada.

É. Deve ser muito chato mesmo ser uma aranha.

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